sexta-feira, 22 de março de 2013

Treino 46 - Miles away

É, minha gente, estou ficando velho (na próxima terça-feira, mais ainda)... As têmporas grisalhas não me deixam mentir. Mas, além de ser um tiozinho acima da média de conservação, tento manter sempre viva uma das mais infantis, talvez a mais, das minhas características. A criatividade. Como canta a obra-prima de Toquinho, se me derem dois riscos, eu faço um guarda-chuva. Se forem cinco ou seis retas, então...

Numa folha qualquer
E isso é coisa que, não tem jeito, a gente leva para a vida toda. Não fui safo (ou não soube aproveitar as oportunidades) o bastante para fazer disso o meu ganha-pão, mas ela se manifesta em muito do que faço. Até mesmo em meu esporte. Quem bola esses treinos malucos, na madrugada, na beira da estrada mais movimentada do país, subindo até o ponto mais alto da região, em ziguezague por todas as ruas do bairro e outras boas molecagens? Esse cara sou eu.


Desenhando por aí
Nesses quase dez anos de esporte, já corri em ruas e avenidas, em estradas, asfaltadas ou não, em parques, em pistas, em montanhas, na areia da praia, em trilhas no meio da mata, em pântanos, em linha de trem, em escada de prédio, em galpão de fábrica, em campus universitário, em estacionamento de shopping... Se você pensar em outros lugares, é bem provável que eu também diga, ô, já, claro! Quando me perguntam "onde você corre?", eu só posso responder: no mundo.

Imagine se tivesse verba
Até o mais chato dos treinos, eu tento transformar em uma coisa lúdica, divertida. Foi assim ontem, quinta-feira. A planilha mandava fazer um treinamento em circuito na academia. Em uma semana de finalização de microciclo e consequente pouca rodagem, ao invés de ir para a bicicleta ergométrica ou o transport, decidi que iria correr na esteira. Sim, aquela mesmo, que (quase) todo mundo detesta. Como a única disponível era a que está programada em milhas (e há anos ninguém consegue desprogramar), aproveitei o conceito do treino para fazer uma brincadeira. A da milha mais rápida.

April, 1st
Antes da primeira sequência de exercícios sem intervalos, abdominais, aparelhos e pesos livres, a título de aquecimento, andei três minutos e depois corri a primeira milha. Mal deu para suar, a temperatura ambiente parecia agradável e ajudou. O painel da esteira mostrou 9'06''. Equivalente a 5'39''/km. Bem pianinho.

Quem dera fosse sofisticada assim
Fiz a primeira leva de exercícios, com carga média (nem tanto quanto na série de força, nem tão pouca quanto na de resistência) e quinze repetições de cada. E voltei à esteira "milhonária" para a segunda tentativa. Apertei um pouco mais o botãozinho de velocidade. E fechei em 8'20''. Pace de 5'11''/km. Já melhorando um pouquinho.

Não é exatamente esse, mas é sem parar
Fui para a segunda sequência, mudando alguns exercícios, mantendo os grupos musculares trabalhados. Intervalo zero entre cada estação. E voltei pela terceira vez para a esteira, milagrosamente livre e permitindo a conclusão do desafio. Já que era a última vez, sentei a bota. Não para bater um recorde pessoal ou sair voando do mezanino. Mas o suficiente para conseguir a melhor média do dia. Foram 7'44'' nessa milha final, ou 4'48''/km.

Camiseta ensopada. Missão cumprida. Treino maçante e aborrecido transformado em uma gostosa brincadeira. Coisa de criança grande criativa...

Esse não cresce... Nem eu!

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