sábado, 1 de junho de 2013

Treino PL17 - Tiros (no pé?)

Não há, ó gente, oh, não, treino de corrida de que eu fuja... Não fora os desse tipo, pelo menos. Há quem ache prazeroso botar o coração goela afora e sentir as panturrilhas fervendo. Não eu. A cada ano que passa, vai ficando mais para trás o dia, se é que houve um, em que fui rápido. Hoje sou um daqueles que comem pelas beiradas. Treino gostoso, para mim, é treino em que posso conversar com o(a) colega do lado. Ou comigo mesmo.

Blablablá run
Talvez por isso, a preparação para a ultramaratona, durante os primeiros meses do ano, tenha sido, paradoxalmente, ao mesmo tempo sacrificante e confortável. Nunca fui tão resistente. Nem tão lento (embora tenha melhorado minhas marcas em quase todas as provas que refiz na temporada). Já estamos quase na metade do ano e, até esse início de junho, fora a sessão de fotos com o Mineiro no Parque da Cidade em abril, fazendo pose de quem é sangue no zóio, não havia feito nenhum treino específico de velocidade. A meta mudou, virou o fio. Não estou buscando uma distância inédita agora. O objetivo é quebrar meu recorde pessoal nos 42 km. Com um pouquinho mais de ambição, quem sabe vendo o tempo no relógio começar com três (só não vale se forem três da tarde em Lisboa, ó pá!). É, não tenho mais como fugir dos tiros...

Esse tem o know-how
O primeiro tiroteio do ano, houvesse maior rigor, deveria ser de um tipo específico e maior dificuldade: em rampa. Diz uma determinada corrente de pensamento que ajudam a fortalecer e devem anteceder os de pista. Só sartei de banda porque ainda tinha resquícios de dores musculares nos quadríceps, lembrança dos duríssimos 30 km do feriado de Corpus Christi. Tiro? Ok. Mas no planinho. Nada de morro acima.

Não dá pra inverter a seta, não?
Fui, de todas as pistas possíveis, para a mais próxima de minha casa. Mas na qual, curiosamente, ainda não havia treinado em 2013. Apesar dos menos de duzentos metros que nos separam e de ter me preparado recentemente para uma prova em ambiente quase tão confinado quanto. Bem ao lado da Escola Joaquim Andrade Meirelles e do ginásio esportivo, há uma bonita e arborizada pracinha, com quadra de futebol de areia, playground para a criançada. E também um sinuoso trechinho em concreto com 330 metros (devidamente demarcados no chão), pouquíssimo frequentado por corredores ou caminhantes. Só poderia ser um pouco mais escondidinho, ao invés de ao lado da sempre movimentada Avenida Cidade Jardim. Não há como não ouvir dezenas de buzinadas dos carros de passagem. Sem saber sequer quem é. Tá louco... Acho que conheço gente demais!

Praça Hermenegildo R. Caninanha Filho. Só descobri hoje o nome...
Seguindo com a sessão confissão, outra coisa que me incomoda bastante nesse tipo de treino, além de quase botar os bofes para fora, é o tal do warm up & cool down. Aquecer ou desaquecer, por mais fundamental que seja, é um saco também. Gosto mesmo é de correr continuamente, sem esses intervalinhos e frescurinhas. Sei que estou errado. E não ajo assim. Falo só das minhas preferências pessoais. Cumpri (quase) fielmente os vinte minutos da primeira parte do ritual: dei dez voltas na pracinha, todas em sentido anti-horário. O GPS surtou, talvez por conta da cobertura das árvores, demorou a se achar. Mas os 3,33 km em 18'40'' foram um bom início de atividade. Deixaram a chapa em boa temperatura para o miolo dessa alcatra.

Os rabiscos ficaram feios. Mas calma, não corri dentro da casa de ninguém
Tentei cronometrar o tempo isolado de cada tiro, feitos alternadamente em sentidos inversos na pista. Não consegui. Mas todos eles seriam bem parecidos, próximos a 1'15''. Ritmo ligeiramente abaixo dos quatro minutos por quilômetro, portanto. Bem longe do meu desempenho máximo, já cheguei a fazer tiros de quatrocentos metros abaixo disso no João do Pulo. Mas o foco não é me transformar em velocista, apenas ampliar a minha capacidade respiratória e muscular. Aumentar minha tolerância ao esforço de correr um pouco mais rápido, sair da boa e velha zona de conforto. Foram cinco pauladas. A quinta e última, prejudicada por uma criança e seu pai, que cruzaram a pista à minha frente bem na hora H. Pretendia que fosse o melhor deles. Mas fiquei contente com este recomeço. É persistir e colher os resultados, que sei que vêm, naturalmente.

Já ficou mais simétrico e realista
A intenção era, depois de uma providencial parada no bebedouro do ginásio, a de dar mais dez voltas na pista para resfriar a carcaça, recuperar o fôlego e restaurar os batimentos cardíacos. Fiquei só na terceira. Vejam o que é um lugar que não recebe, tradicionalmente, muitos corredores... Um casal, no melhor estilo John & Yoko, sentou em um dos bancos da praça e acendeu um cigarrão fedido (embora convencional). Os incomodados que se mudem? Eu mudei! E fui completar meus minutinhos de trote nos arredores, descendo até as partes mais baixas do bairro, passando por rua sem saída, campinho de futebol, escadinhas na beira do morro e outros cenários inusitados. Melhor que aspirar fumaça alheia...

Ampliando horizontes
No total, 7,430 km percorridos em 40'07'', ritmo médio de 5'23''/km e 148 batimentos por minuto. Vale também destacar o horário em que o treino aconteceu, bastante fora dos meus padrões usuais, entre 10h30 e 11h30 da manhã. Parte do dia em que vou estar em atividade, tanto no Rio de Janeiro em julho, quanto nas terras portuguesas em outubro. Batendo ferro é que se vira ferreiro, não tem outro jeito. Domingo tem mais rodagem. Semana que vem, mais bala perdida.

Links no Garmin Connect:
http://connect.garmin.com/activity/321112846 (aquecimento)
http://connect.garmin.com/activity/321112830 (tiros)
http://connect.garmin.com/activity/321112815 (desaquecimento)

Resumo do treino:

12 comentários:

  1. hahahaha como eu ainda estou no pace de 06:15 para mais não faço essas loucuras

    abs

    www.meudiariotri.blogspot.com

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    1. Se eu pudesse, só fazia ultramaratona, pra rodar a 6:15 e achar doido de bom, Júliah... Ô hora que fui inventar de querer melhorar meu tempo nos 42! ;-)

      Abraço e obrigado pela visita e mensagem.

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  2. Namiultra,
    sempre gostei dos treinos de tiros,mas por ordem médica estou "proibido" de fazê-los, vez em quando contrario estas "ordens",a carcaça ainda suporta um pouco.
    Parabéns pelo treino,vai voar na subida da Niemeyer!!

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    1. Já eu não gosto e não acho médico pra proibir, meu amigo, hehehe...

      Vamos treinando, se não pra voar, pelo menos pra não arrastar o traseiro na Niemeyer também!

      Abraço, boa semana e bons treinos.

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  3. Incorporei-os para ver se faço 10 kms sub 50 (só faltam 09 segundos). É ruim mas tá bom, estamos correndo e não fumando. Abs. E vai ser bonita a festa , pá!

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    1. Tá bem, hein, Tadeu? Parabéns! Deixou o Edson até com medo agora... ;-)

      Faz tempo que não sei o que é um sub-50' nos 10 km. Mas quase não tenho corrido essa distância. Quem sabe arrisco algumas nessa nova fase.

      Que siga ruim, mas bom também. Abraço e boa semana!

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  4. É parceiro, realmente esse negócio de velocidade passa longe da gente...mas pra que velocidade? Vamos devagarzinho que a gente chega nos 42.
    Um abraço

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    1. Passa longe de mim... Você tá voando na floresta, hehehe!!!

      Chega sim, chega sim, a gente sabe o caminho.

      Abração, boa semana e bons treinos.

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  5. Namiuti, tbm não sou muito fã de "tiroteios" não.... mas é preciso né?

    www.equipecpssorocaba.blogspot.com

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    1. Fazer o quê, né, Marquinhos? A gente dá um jeito de sair atirando por aí de vez em quando...

      Abraço e bons treinos!

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