Novo caminho, longo caminhar: Treino PL24

Cada treino é único e especial. Percurso, não necessariamente. Que existem inúmeras opções, é claro que existem. Mas nem sempre dá pique de pegar o carro e ir até eles, antes de começar a correr. Tem vezes, principalmente num solitário regenerativo de segunda-feira à noite, que vai ser aquele arroz com feijão basicão (e saboroso) mesmo.

Vai que vai bem demais...

Quando a corrida na véspera é curtinha, como foi nesse domingo (e não um longão de trinta e tantos quilômetros, como vai ser no próximo), dá até para dar uma enchidinha a mais no prato. Tinha, como sempre, quarenta minutos previstos na planilha. Mas já saí de casa mal-intencionado, disposto a rodar um bocadinho mais. Sem rumo definido. Sabendo que não tinha muito como variar, mas tentando ao menos fazer as mesmas coisas de um jeito um pouco diferente.

Né?

Quando falo de "fazer diferente", sou literal. Significa, por exemplo, ir pelo outro lado da calçada ou junto ao meio-fio, como dessa vez. Descer no contra-fluxo, assustar motoristas incautos, tomar um ou outro farol alto na cara... Mas também enxergar um caminho mais que banal sob uma nova perspectiva. Botar um temperinho diferente na mais trivial das comidas. Não que eu precise disso. Mas gosto.

Mais ou menos isso aí...

Na travessia da via de acesso ao viaduto, a segurança falou mais alto e pulei para o lado esquerdo, correndo o trecho pela calçada de sempre. Atravessei novamente em frente ao shopping sulista e, ainda sem saber direito por onde prosseguir, optei por descer para a avenida do córrego Vidoca, outro caminho dos mais manjados. O único jeito de variar é seguindo as microtrilhas de terra em meio ao gramado do canteiro lateral, ao invés do asfalto ou da calçada. Coisa de formiga...

Por falta de adversários, hoje fiquei em primeiro

Sem qualquer vontade de escalar viadutos ou enfrentar mais tráfego pesado, segui reto até o final da avenida, fiz um breve pit stop no toalete do hipermercado. E fui contornar o segundo centro de compras da noite, o que está em reforma e não receberá mais corridas tão cedo. Engraçado é que o circo está lá, praticamente no mesmo lugar da arena das provas. Que palhaçada é essa?

Ele voltou, para traumatizar mais uma geração... ;-)

Trotando suave em alguns trechos, correndo um pouquinho mais forte em outros, segui meu caminho pela avenida do lado oposto do shopping, o de maior movimento. Fui também para a pista do outro lado do riachinho, a bairro-centro. Mas nem tive que me preocupar com os carros que vinham no sentido contrário. A calçada, com a construção de novos edifícios residenciais e pontos comerciais, segue agora plana e segura por um longo trecho, quase até o encontro com o Anel Viário.

A gente se espreme no cantinho e vai...

Passei por sob a Dutra, voltando normalmente por onde costumo vir. Cheguei de volta a meu bairro, cruzei correndo a balouçante passarela Abdo Malcun Cury. E mudei mais uma vez o comportamento esperado, que seria o de seguir pela plana Avenida Mario Covas até a base da ladeira da Rua Antônio Aleixo da Silva, onde terminam vários dos meus treinos. Segui então pela parte alta, escalando na base do trote o acesso à avenida onde moro, marchando um pouco mais no trecho plano e fazendo que ia encerrar a atividade quando ela completou uma hora exata e 10,4 km. Mas, ainda com uma boa pernada até em casa, e sem nenhuma volúpia de fazê-la caminhando, permiti-me mais um chorinho de quinhentos metros rampa acima, batendo quase nos onze quilômetros no total. Terminei satisfeito. Nem pareceu um treininho qualquer, em um lugar batidaço.

Acabaria aí no End, mas eu quis um pouquinho mais

E fiz

Quarta tem mais, voltando à velha tradição do coletivo semanal com a galera, correndo a partir do esplendoroso Jardim das Indústrias. E domingo, mais uma edição da Volta ao Banhado, pauleira pra todo mundo terminar se achando o próprio Chuck Norris do pedestrianismo. Ou coisa pior...