De correr, até que eu gosto
(jura?). O que não me agrada muito é essa história de acordar cedo para tanto... Quem aqui vos escreve, senhoras e senhores,
animal noturno é.
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Coo! |
Enquanto as corridas noturnas não se tornam mais regra que exceção (
Instituto DataNamiuti informa: das minhas 257 competições até hoje, apenas 20 foram realizadas à noite, um ínfimo percentual de 7,8%), a gente vai se virando como pode para combater a natureza, contrariando hábitos, sacrificando precioso sono. Pior mesmo é quando a viagem é de van, junto desse povo
só um pouquinho ansioso, que quer chegar duas horas antes da prova começar...
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Se fosse de trem, eles dormiriam na estação |
Neste domingo em especial, depois de uma semana meio tensa, em que passei por uns perrengues que não estão no escopo deste blog, mas que me deixaram meio alerta nas madrugadas, tudo o que eu não queria e precisava era acordar antes do galo. Pior para mim que as duas principais opções esportivas para o dia envolvessem isso. Arriscar uma
viagenzinha de sessenta e tantos quilômetros até Tremembé, em busca de uma vaga de última hora na Corrida do Geninho, era uma. O treino com até 25 km promovido pelo
mano Giovani nas
quebradas dele, semelhante ao que fizéramos em meados de março, outra. Pedindo desculpas a todos os amigos em ação desde cedo nessa manhã fria, ouvi meu coração (e meu
bicho-preguiça interior). Quando olhei para o reloginho
xing-ling em cima do criado-mudo, ele já marcava quase dez da manhã. Como é bom!
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Outra coisa MUITO boa para fazer no domingo de manhã |
Aí tomei meu café com calma, vesti meu modelito de corredor sem pressa. E saí à rua sem rumo, disposto a cumprir a horinha de atividade que me cabia na planilha. Mais que os 5 km em Tremembé, (bem) menos que o longão saindo do Bosque dos Ipês. A medida certa para a minha vontade. O treino nem tão matinal só tinha uma diretriz: passar pela nova e provisória (tomara que fique definitiva depois) via de ligação entre o meu bairro, Jardim Satélite, e os vizinhos da região sul. Seriamente comprometida pela queda da ponte da Avenida Guadalupe, situação que só deve se resolver lá pelo final do ano. Depois de um primeiro quilômetro só no
trotinho de aquecimento, cheguei à recém-inaugurada rampa entre as ruas Galícia e Rosário. Subi até bem o trecho de asfalto novo. Lá em cima, dei uma paradinha, só para apreciar a paisagem, sabem como é...
;-)
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Guadalupe cover |
Ao chegar aos arredores da antiga Tecelagem Kanebo, fiquei pensando por onde seguir. E decidi girar por ali mesmo, região originalmente
"coronizada" pela
japonesada que veio para trabalhar na velha fiação, lá pelos anos cinquenta. Nomes impronunciáveis (ou abrasileirados) ganharam alguns dos logradouros dos bairros ao redor da fábrica, chamados de Jardim Oriente, Oriental e Paraíso. Ainda se veem muitos olhinhos puxados por ali. Mas hoje em dia, virou uma
mistureba só. Tipo a minha família,
nipo-ítalo-luso-mineira-baiana.
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Eduardo, meu filho, a cara dessa mistura toda |
O que se seguiu foi uma espécie de
passeio sentimental. Misturando lugares da minha infância, como a velha casa da Rua Saitama, onde moraram no começo dos 80's os meus tios, padrinhos e hoje companheiros de esporte. Ou o velho e desativado clube onde, na mesma década, frequentei bastante as piscinas e aprendi a jogar tênis (depois esqueci!). Com outros um pouco mais recentes, como a indústria de máquinas operatrizes para a qual presto serviços, ou o hipermercado, onde costumo parar para beber uma aguinha gelada (hoje de novo). Lugares meio inusitados para correr, como a feira do automóvel que, de tão
muvucada, parece reunir metade da população da cidade, o campinho de
pelada uniformizada dos marmanjos e o outro, onde a turminha da minha nonagenária avó se reúne para jogar
gateball, uma espécie de
cricket que só eles entendem. Se não estou muito enganado, lugar onde participei também algumas vezes do
undokai, tradição oriental e embrião das minhas corridas de hoje. Muita coisa em tão poucos quilômetros. Passou num instante, mal vi.
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Já era ruim nisso desde aquela época... |
Depois de atravessar o Terras do Sul, vizinho mais jovem do velho bairro
japa, cheguei de volta à grade da antiga fábrica e cortei caminho pelo grande terreno gramado que a ladeia. Fui parar novamente na novíssima passagem por sobre o córrego Senhorinha, de volta ao meu bairro. Subi,
mezzo trote,
mezzo caminhada, a íngreme ladeira da avenida interditada. E fui concluir os dez quilômetros quase redondos, em quase uma hora exata, à beira da Praça Mario Cesare Porto. O dia amanhecera nublado, o sol já dera uma espiadinha por detrás das nuvens durante o percurso... E agora, quase hora de almoço (e com direito a churrasquinho na casa dos pais) vinha chuva, e das pesadas. Todas as estações do ano numa só manhã.
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O caminho do oriente |
A missão dominical estava cumprida, o sorriso estava estampado no rosto. Solitários ou coletivos, longos ou curtos, mais cedo ou mais tarde, treinos são sempre motivo de alegria. Que venham sempre mais!
Link no Garmin Connect:
http://connect.garmin.com/activity/321702159
Resumo do treino:
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Errando de novo na conta, hein, Garmin Connect? | |
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Sem chuva?
ResponderExcluirMeu tenis vai demorar uma semana para secar do pé d'agua que tomei ontem.Abs.
Cheguei meia hora antes dela começar por aqui.
ExcluirAbraço e boa semana.