sábado, 9 de fevereiro de 2013

Treino 20 - Parks and Recreation

Das muitas riquezas joseenses, uma das quais faço questão, como cidadão, de usufruir desde que foi inaugurada, há quase vinte anos. Fosse um pouco mais perto de casa e/ou tivesse iluminação para permitir seu funcionamento à noite, certamente seria cenário mais comum dos meus treinos. Chegou a ser um dos locais onde mais aconteciam provas de corrida, inclusive a do próprio aniversário da cidade; hoje sedia apenas a etapa local do Circuito da Longevidade. Esse é o Parque Municipal Roberto Burle Marx, que todos por aqui conhecem como Parque da Cidade.

A sede da antiga residência da família Gomes, proprietária da tradicional Tecelagem Parahyba (que tiozinho(a) não lembra da musiquinha "tá na hora de dormir, não espere a mamãe mandar..." do velho comercial dos cobertores?), desapropriada pelo município em meados da década de 90, transformou-se em uma das principais opções de lazer da população.

Um tesouro da cidade
Situado no bairro de Santana, portal de entrada da zona norte, a pouca distância da região central e espalhado por uma área de mais de 960 mil metros quadrados, o parque, mesmo sem a infraestrutura de lugares similares em outras cidades, tem muitos atrativos. Dois lagos, bonitos cenários naturais, campos de futebol, brinquedos para a criançada, o Pavilhão Gaivotas (onde acontecem eventos, como o Revelando São Paulo e a Bienal do Livro, além de exposições diversas), as fantásticas esculturas em troncos do artista Tatão, o novo borboletário, as árvores frutíferas (Janete não sai de lá sem levar umas jabuticabas, goiabas ou lichias). E suas muitas trilhas, simplesmente perfeitas para um bom passeio... Ou corridinha!

Aí a bússola do Garmin Fenix é útil
Até já havia estado lá, no primeiro treino do ano. Mas somente do lado de fora, usando o estacionamento como ponto de encontro da galera (e local do piquenique pós-treino). Correr lá dentro, entretanto, desde novembro de 2012 não sabia o que era (exceto pelos últimos metros ao lado do filhote na São Silvestrinha em dezembro).

Como a planilha previa um treininho bem curto, de apenas quarenta minutos, para esta sexta-feira, até pretendia fazê-lo por perto de casa mesmo. Talvez um trotezinho leve pela frente da Quinta das Flores novamente. Mas, aproveitando a paradeira do último dia antes do carnaval, resolvi encerrar o expediente uma hora mais cedo, pegar a família e levar para um passeio-surpresa de final de tarde. Dudu logo gritou "tô dentro!". Mesmo que não fosse para correr comigo.

O privilégio de transmitir a um filho o amor pelo esporte
Deixei pequeno e mamãe no pavilhão para brincarem com os patins. E, com um giro em torno da área de eventos do parque, iniciei meu trajeto por ali. Seguiria pelo retão das palmeiras, onde normalmente começam as corridas oficiais no local, rumo à grande área gramada onde está um dos campos de futebol, o aberto ao público. Novidadeiro, pegaria então um caminho desconhecido, perto da nova área de estacionamento. Para logo chegar à conclusão de que havia entrado num beco sem saída. No meio do mato, havia uma figura estranha fazendo algo ainda mais. Sabe-se lá se fumando um pouco do próprio mato... Tratei de retornar para a rota conhecida e parar de inventar moda!

Caminhos tortuosos
Iniciei então o contorno do lago maior, respirando com gosto o ar puro e curtindo a paisagem de quebra-cabeça de três mil peças. Para não ter que ficar dando voltinhas em lugares manjados do próprio parque, imaginei dar uma esticada até a estrada de terra que leva à estação de tratamento de esgoto Lavapés, usada inclusive pelos organizadores de provas por ali. Dois obstáculos para isso. Primeiro e esperado, o lamaçal em que as chuvas recentes transformaram as trilhas. Segundo e fora do script, um cachorro que parecia guardar o portão de saída.

Quem avisa...
Tenho trauma dessa cachorrada, independente de tamanho ou ferocidade. O que esperou traiçoeiramente que eu passasse, para só depois atacar, durante um treino na rua em 2006 (e que me fez, assustado, virar de repente e rasgar a virilha, que não ficou 100% até hoje), nem era dos maiores. Esse também não. Dei meia-volta novamente e peguei, caminhando, o rumo inverso. Não adiantou, o bichão veio atrás de mim. Logo vi que não estava mal-intencionado; pior, queria virar amigo. Quando tentei correr novamente, ele veio junto. Até tentei avisar sobre os treinos das quartas-feiras à noite, mas não adiantou nada... Perdi um bom tempo até conseguir despistar o companheiro canino corredor.

De volta à trilha, enfim consegui deixar o parque. Animado, imaginei que seguiria até o final da estrada e pensei até em estender os quarenta minutinhos do treino para pouco mais de uma hora. Mas não era mesmo o meu dia. Se quisesse continuar o treino por ali, precisaria de tração nas quatro rodas. Deixei pra lá a Corrida na Lama de Holambra fora de Holambra. Mais um bate-e-volta, o terceiro do dia em apenas quatro quilômetros.

Quem gosta, gosta...
Mas não que eu estivesse achando ruim. Estava, à minha maneira, me divertindo, desfrutando de um treino diferente e inusitado. Só não precisava chegar imundo em casa para provar isso para ninguém. Ao invés de voltar pelo próprio parque, segui pela estrada até a saída dela, na Avenida Olivo Gomes. E retornei, pela frente do famoso teatro invertido (será que agora, que a oposição virou situação, sai?), até a portaria. Passei pela Janete e o Dudu, sentados em um dos bancos do retão de entrada e segui até o final dele, completando assim os quarenta minutos previstos.

A parada para negociar com o cachorro pareceu ter sido contabilizada, somando uns três minutos ao tempo do terceiro quilômetro. E, na retomada, corri por mais alguns metros sem marcar no relógio. Nessa bagunça toda, a média de velocidade ficou distorcida, acima dos seis minutos por quilômetro. Não fazia mal. Relógio serve apenas como referência. Quem mede a diversão é o sorriso; e esse estava grande. Para comemorar (e já quebrar o "regime" logo no segundo dia, ganhando mais calorias que as gastas no treininho), levei a turma para um gostoso milk-shake no Mr. Mix (que vale a pena conhecer!).

Magro eu nunca vou ser... Nem abrir mão das boas coisas da vida
Que venha então o carnaval, minha "fantasia" já está no jeito. No domingo, o "desfile" é (propositalmente) solitário e dura quatro horas, primeiro treinão de luxo e de fato para a ultramaratona. Desejem-me sorte. Para a terça-feira gorda, sigo aguardando sugestões dos amigos para a diversão conjunta.

Vou pular fantasiado de corredor (pra variar)
Link no Garmin Connect:
http://connect.garmin.com/activity/271033901

Resumo do treino:



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