quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Treino 18 - Foi por medo de avião

E voltamos à nossa programação normal... Depois de (excepcionalmente) mudarmos o dia do treino coletivo do meio da semana, devido aos festejos dos melhores de 2012, ele retornou à data certa na folhinha. Quarta-feira, para você, é dia de assistir àquele futebolzinho? Pra gente também, mas só depois daquela corridinha...

Filhos do vento
Após algumas semanas seguidas com percursos arquitetados por este que vos escreve, enfim alguém voltou a se oferecer para dar continuidade ao rodízio. Não há nada melhor. Primeiro e mais importante, pela simples oportunidade de poder correr em lugares que são habituais para um ou outro dos integrantes de nosso grupo, mas agradáveis novidades para a grande maioria dos demais. Para quem apresenta, o prazer de compartilhar com os amigos. Para quem é apresentado, o da descoberta de mais um recanto para boas passadas. 

Segundo e não menos válido, para mostrar que uma equipe, qualquer que seja ela, não depende (e não pode depender) de um só de seus membros. Todos têm vez e têm voz, se assim desejarem. Na 100 Juízo, decisões não vêm de cima para baixo. Até porque não há "cima" nem "baixo". Somos todos iguais. Somos melhores juntos.

Quem une forças, muda o mundo
O anfitrião da vez seria o nosso companheiro Edson, que já vinha falando em montar um treininho lá nas suas "quebradas" faz tempo. Quem vê esse camarada no meio da malucada do asfalto, pensa que ele está com a gente há séculos. Figuraça, gente boníssima, amigo de todo mundo. Mas o fato é que a gente o conheceu outro dia desses. Trazido pelo Luis Carlos, seu companheiro de academia no SESC, ele começou a pintar nos nossos treinos de quarta quando eles ainda saíam do Parque Santos Dumont, em meados de 2012. Veterano das corridas, com mais de doze anos de experiência nas pistas e uma bela história de transformação pessoal através do esporte, ele logo se enturmou e virou figurinha carimbada, presença das mais assíduas em nossos treinos e confraternizações. Entrou no avião por último e já sentou na janelinha. No que fez muito bem...

Um grande reforço para um time campeão
E por falar em aeronaves, a brincadeira seria por ali, o berço delas. São José dos Campos, minha terra natal, é nacionalmente conhecida como "capital do avião". Muito embora tenha crescido e diversificado bastante sua economia, parte da vida da cidade segue girando em torno de sua forte indústria aeronáutica e dos seus institutos de pesquisa e tecnologia correlacionados. Não fui aluno do ITA, não trabalhei na Embraer (bem que tentei!) e minha relação com o CTA se resume às visitas à minha saudosa avó que morava lá. Mas joseense que é joseense, é mesmo meio avoado. No bom sentido.

A imagem é bonita, mas morar no rumo da pista...
Na hora prevista para o início da concentração e com uma garoa chatinha querendo virar chuva forte, além do dono do treino e sua simpática família, só estávamos lá eu, Rafael e Paulo (outra das nossas novas "contratações", ao lado do Fábio Siqueira, sejam ambos muito bem-vindos!). Ausências importantes seriam sentidas, com as devidas justificativas. Mas a galera não decepcionou (e nem nunca faz isso), compareceu em bom número. Pouco depois das sete e meia, estávamos reunindo o escrete para a foto oficial e pegando a estrada. Segundo o organizador (e marqueteiro), nos esperavam nada menos que...

"curvas alucinantes, subidas inesquecíveis, descidas maravilhosas e retas deslumbrantes"

Gente nova, gente das antigas, e o baile segue...
E o comecinho do trajeto seria mesmo de fazer lembrar Paradise City ou até a Volta ao Cristo. Subidinha encardida, para já começar aquecido (e com o coração na boca). O sorrisinho era só de pensar que aquilo tudo seria descida na volta. Iniciei correndo ao lado do próprio Edson, mas ele acabaria fazendo uns stop & go para ensinar o caminho a quem não conhecia bem. Quando cheguei ao ponto onde a Avenida dos Astronautas muda de nome para Brigadeiro Faria Lima, já estava por minha conta. E risco. Um pouquinho mais adiante, a inevitável e dolorida lembrança do maior capote que já levei correndo, ao tropeçar numa então enorme e hoje não mais existente mureta do ponto de ônibus. Ui!

Carta aeronáutica
O trecho pela avenida seria breve. Pouco depois dos dois quilômetros de treino, virávamos à esquerda na Estrada Glaudistom P. de Oliveira, que liga a região do Jardim da Granja à do Putim. Um lugar onde eu havia corrido uma única vez, no sentido inverso, vindo da Rodovia dos Tamoios. Mas que lembrava bem: era uma verdadeira montanha-russa. O cara que bolou o treino (e o marketing) não estava mesmo brincando. Subidas inesquecíveis e descidas maravilhosas mesmo. Para dar ainda um pouco mais de emoção, noite caindo, carros e caminhões vindo no sentido contrário e um bocado de lama.

Com as feras correndo forte à frente e o guia dando uma força para a turma do fundão, acabei ficando ali no meio. No meio do nada. Bem que o Edson tentou avisar com antecedência onde era para dobrar à direita. Uma sinistra rua de terra, em que eu relutaria um tantinho para entrar. Passei reto na ida, só fui parar no final da estrada, com a certeza de que tinha errado o caminho. Ainda bem que por pouco menos de quatrocentos metros. Bati, voltei, reencontrei o Paulo e, com ajuda da buzina e luzes do carro de apoio, retomei o rumo correto.

Essa foi inédita
No começo, bateu um certo medo. Nem tanto do lugar, meio ermo, mas cujo maior perigo segundo quem conhece, é trombar num monte de lixo ou entulho deixado pelos (ir)responsáveis. Mas de correr na penumbra, em terreno acidentado e escorregadio. Meu pace despencou de cinco altos, quase seis por quilômetro, para absurdos 7'39'' nesse trecho. Cheguei até a dar uma caminhadinha de uns vinte passos no final da rampa. Mas logo tornaria a alcançar os amigos, na chegada à região da cabeceira da pista do aeroporto. Agora, depois de tanto ficar taxiando, era só decolar...

De volta ao asfalto, ao lado dos companheiros e com confiança para sentar a chinela (dentro dos meus humildes padrões, claro), deu gosto correr esses quilômetros finais. Ainda faríamos parciais bem modestas ao longo dos galpões industriais. Quando caímos de volta na avenida, no entanto, embalamos de vez rampa abaixo. Eu e Paulo nos destacamos do grupo e, nos sentindo corredores, abrimos alguma distância do pelotão. Já novamente na rua do anfitrião, as gurias da vizinhança resolveram entrar na brincadeira e apostar corrida com a gente. Tirei onda com as meninas e dei um daqueles sprints dos velhos tempos. Se fosse da categoria pré-mirim feminina 6-9 anos, talvez eu tivesse mais alguns troféus em casa... ;-)

Na categoria errada
Missão cumprida, hora de repor as energias. Mas o que era aquilo? D. Lucia, esposa do nosso parceiro e mentor do treino, caprichou demais nos mimos aos marmanjos. Bem como nossa querida e impagável companheira de equipe Marlene, presença constante e garantia de boas gargalhadas e fotos "comprometedoras" no Facebook. Ufa! Finalmente as tais esfirras, prometidas há dois treinos atrás, saíram da teoria. A mesa foi farta, repleta de muitas delícias (sucos, frutas, sanduíches, salgados e até bolo personalizado!). Mas, como fiz questão de frisar na página da equipe, ainda melhor e mais importante que isso, é ter em torno dela reunida uma verdadeira família. Muito obrigado a todos!


Semana que vem tem mais. Pode ser que, por causa do carnaval, também em dia diferente, talvez na terça-feira "gorda". Talvez subindo a serra de Campos do Jordão, talvez fazendo outro treino épico qualquer (ou não). Talvez com muita gente, talvez com menos. Isso tudo a gente vê depois. Importante mesmo é não ficar parado. A folia certamente vai ser das boas!

Link no Garmin Connect:

Resumo do treino:


4 comentários:

  1. Pôxa Fábio que vontade que me deu de ter estado lá ontem!!!
    Mas, como voltei a treinar ontem depois do tombo, achei mais prudente correr pelas velhas e boas ruas do Jd Esplanada, até porque também, eu não sou de enjoar fácil das coisas em geral, aqui no caso dos caminhos, dos percursos. Contudo, por mais consciência e bom grado que eu tenha por mim consciente das minhas escolhas, ler teu relato sobre os treinos da Equipe as quartas faz com que eu fique "pilhada" para estar bem para a próxima aventura, pois é SEMPRE sem dúvida nenhuma uma Benção Correr, e um Prazer em estarmos todos Juntos. Até Breve Amigo!

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    1. Perdeu um belíssimo treino, querida amiga Vanda. Mas acho que foi a decisão mais prudente para o momento. Ficamos todos contentes com esse seu breve retorno aos treinos, devidamente recuperada do susto (e das dores!). Qualquer que seja a sua decisão sobre onde e como treinar, terá sempre o meu apoio e torcida. Penso que o caminho certo, se é que isso existe, é sempre o do meio, o do equilíbrio. Contamos com a sua presença, seja eventual ou constante, conosco, porque você também faz parte dessa família e dessa história. Até breve!

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  2. tá, eu posto umas fotos bonitas, mas bom mesmo é um treino desses, com uma turma animada, e com direito a lanchinho farto no final:)

    nessa provas off-road de que participo, o que mais me assusta é a possibilidade de me perder rsss
    e tem uns trechos que a gente corre sozinho e, claro, aparece logo uma bifurcação:)
    é o terror!

    parabéns aos 100juízos a a seus treinos (e lanchinhos pós) deliciosos!



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    1. Bom mesmo é correr, né, Elis? Com foto bonita ou não, com turma animada ou não, com lanchinho farto ou não. Agora, se for com foto bonita, turma animada e lanchinho farto, tudo junto & misturado, aí melhor ainda, hehehe...

      Tô doido pra começar a fazer uns treinos e provas off-road e me perder por aí...

      Bjs, bom carnaval e bons treinos!

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