Ok, ok, ainda falta muito... A prova-alvo, sequer com data marcada ainda, deve acontecer só no último final de semana de junho (se é que a Virada Esportiva, ainda não confirmada no
calendário oficial da
SEME paulistana, não vai ser afetada pela troca de bastão no poder). Restam portanto, contando essa, vinte e duas semanas até o dia D. É semana
pra chuchu, mas só em tese. Não me dá o direito, todavia, de relaxar, não levar a sério a preparação. Deixa correr solto, para ver no que dá. O tempo passa, o tempo voa... E a Poupança Bamerindus, a
chinesada "complou" numa boa.
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Se não entendeu, google... |
Meio
je suis désolé com os treinos recentes, principalmente o
último, decidi começar a semana com outro astral. Tentar seguir a planilha um pouco mais à risca. Todas as que cumpri até hoje, com êxito ou não, tiveram certa
"taxa de miguelização".
Dar um migué de vez em quando faz parte do jogo, não mata ninguém e nem estraga nenhum projeto esportivo... Quando vira mais regra que exceção, no entanto, a coisa degringola de vez.
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Não é bem desse tipo, mas... |
Marcar um "longuinho" de 22 km e correr
só 20? Trocar aquele importante treino
estratégico-psicológico de esteira ou pista por um trotinho suave na rua? Garantir que iria fazer apenas uma prova por mês e arranjar, na surdina, uma vaguinha para aquela corrida
bonus track no domingo? Tudo isso, confesso, eu já fiz nessa temporada 2013. Atitudes que vão condenar a minha ultramaratona de 24 horas a um fracasso retumbante? Não necessariamente. Mas que não podem ser o meu padrão de comportamento. No máximo eventuais recompensas pelo meu esforço. Se sentir que não vou conseguir manter o
foco, que não é esse o momento certo para partir para um desafio desse porte, qual é o problema?
Tranco vaga e retomo o projeto mais adiante, como já fiz outras vezes na vida. Mas não vou abrir mão de tentar. Como faço
sempre.
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Fazia tempo que queria usar essa imagem em alguma coisa... |
A abertura da segunda semana do primeiro microciclo da planilha previa, para esta segunda-feira à noite, um treino bem específico: 40' na pista de atletismo. Rápido o bastante para não ser desgastante, dia e meio apenas depois de um longo; e em um piso naturalmente de menor impacto. Mas não extensivo (e
relax) como um trote regenerativo costumeiro do dia e horário. Não tive dúvida. Encerrado o expediente (nessa semana de
lenga-lenga pré-carnavalesca, parece que os dias simplesmente não passam!), percorri, em alegre caminhada de aquecimento, os mil e quinhentos metros de minha casa até o Centro Poliesportivo João do Pulo.
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Esse lugar faz parte da minha história desde que as corridas eram em P&B |
Seria o regresso à pista que me viu ganhar minha única medalha de ouro em competição oficial de atletismo, no já quase
pré-cambriano 1987. Em um reles revezamento 4 x 100 metros escolar, mas que teve sabor de título olímpico à época, ao menos para nós, que o conquistamos com méritos. Um lugar que frequento desde sua inauguração, nos nos primórdios dos
80's. Que viu aquele moleque curioso e de pernas curtas, sem genética e nem talento nenhum para o atletismo, brincar muito em sua sagrada terra batida. E aplaudir bastante as verdadeiras feras que desfilavam por ali. Um esperado reencontro... Um reencontro frustrado!
Longe de mim querer questionar esse trabalho, indiscutivelmente fundamental. Mosquitos, sejam eles perigosos, como o da dengue; ou simplesmente irritantes, como os comuns, são mesmo uma praga a ser combatida, e de forma ostensiva. Com a dedicação e labuta de verdadeiros heróis anônimos como esses, atitudes concretas das autoridades, mas também (e talvez principalmente) com
cidadania. Mas, pô, os caras só não precisavam
me perseguir... Quantas e quantas vezes eu puxei oxigênio e veio aquele inconfundível odor do inseticida nos pulmões? E aquela outra, em que simplesmente despejaram uma
nuvem sobre a pista do JP (como carinhosamente chamávamos o centro) e acabaram com o treino de dezenas, quase centena de corredores...
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Não sou Aedes e nem aegypti, mas ele me persegue... |
Quando vi o carro do fumacê passando pela rua de cima, desejei bom treino ao companheiro Chico, que também chegava ao local. E tratei logo de pegar o caminho inverso. Mas, se nem Eldoret no Quênia deve ter uma pista de atletismo em cada esquina, imagine
São Zezé... Na impossibilidade de uso do João do Pulo (mais tarde, a amiga Sandra diria que a chuva forte e constante durante todo o dia também deixara a pista impraticável) e na distância e complicações de acesso ao COCTA, outra opção possível, parti para o puro improviso.
A cerca de meio quilômetro dali, estava um conjunto de três praças adjacentes. Duas maiores (Humanismo e Jossei Toda) ligadas por uma menor (Wanderlei Freire). Áreas de lazer arborizadas, com pista de
cooper e caminhada,
playground, equipamentos para ginástica, quadra esportiva, academia ao ar livre, bancos e quiosques (e diversos casais de namorados se amassando neles). Encravadas em uma área pontilhada por dezenas de prédios residenciais, um subconjunto do Jardim Satélite chamado de Floradas de São José.
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Praça multiuso |
Cada um dos dois largos principais me permitiria fazer giros mais ou menos com a mesma extensão de uma pista convencional. Mas usar ambos e mais o corredor entre eles, opção bem mais interessante, apesar do risco (e chatura) das ruas de trânsito relativamente pesado que os cortavam, ampliava o trajeto para pouco mais de um quilômetro. Planinho não era. As três praças têm inclinações decorrentes de sua localização, entre a alta Avenida Andrômeda e a baixa Cidade Jardim. O desenho ficou interessante. Um oito meio achatado... Ou os
óculos da vovó, para os mais criativos!
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Praça não é pista, mas... |
Seriam seis as voltas completas e mais uma última, interrompida na
metade do contorno da praça com nome nipônico, à direita. O ritmo, bem pianinho, de quem ainda tem panturrilhas se ressentindo das últimas competições
(mas precisa se recuperar logo disso), mais próximo dos seis que dos cinco
minutos por quilômetro. A bem da verdade, uma cadência à qual preciso logo
voltar a me acostumar, já que será (bem) mais que isso o meu pace de prova nas 24 horas.
Não foi exatamente o treino que eu queria. Ficou para outra vez o
primeiro simulado em 2013 do ambiente que me aguarda no dia mais longo de toda a minha vida. Mas foi mais um
treino gostoso, em um local agradável e que, apesar de tão próximo, é pouco
explorado por mim. Pena que o relógio outra vez surtou, computando um fictício oitavo quilômetro feito em tempo estranhíssimo e
perdendo a média de velocidade (resgatada pela minha planilha Excel). No total, 7 km
redondos em 40'03'', com média de 5'43'' por quilômetro. Um treino divertido, sem deixar de ser produtivo.
Parafraseando Guevara, hay que endurecerse (o rigor ao
seguir a planilha), mas sem perder o prazer de correr. Jamás.
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Divirta-se, corredor |
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