terça-feira, 13 de agosto de 2013

Treino PL56 - Uma segunda chance

A postagem sobre a minha (frustrada) experiência com aplicativo para celular RunKeeper rendeu... Pintaram comentários a rodo, aqui no próprio blog e nos links que postei no Facebook. Desde gente concordando com a falta de estabilidade e precisão (sugerindo ou não outros apps similares para corrida) até defensores fervorosos, dizendo que usam desde a primeira edição da São Silvestre e não trocam por relógio-frequencímetro-GPS nenhum nesse mundo.

Corredores a lenha
Não tive ainda a curiosidade de baixar para teste os demais aplicativos sugeridos (Runtastic, Endomondo, Sports Tracker, etc.) pelos visitantes. Provavelmente o farei em outra oportunidade. Mas resolvi acatar uma sugestão do Enio Augusto e marquei, para esta noite de segunda-feira, um tira-teima. No braço esquerdo, o bom e velho Garmin Fenix do dia-a-dia. No corner direito, o desafiante celular rodando a versão mais recente (e gratuita) do programinha. Seria, com o perdão dos meus amigos sardinhas, mais um Barcelona x Santos?

Sacanagem...
Antes de continuar com a análise, um adendo. Problemas de saúde de seu pai impediram momentaneamente minha esposa de dar continuidade a seu curso, iniciado na semana anterior. Como nunca disse aquele presida das três letrinhas, esqueçam o que eu escrevi (na sexta). Estou de volta à rotina dos meus treinos noturnos. Pelo menos por enquanto.

E não se salva ninguém
A primeira comparação, como já era esperado, deu vantagem ao celular. Que acha o sinal do satélite bem antes do relógio: poucos segundos contra mais de um minuto. E olhem que hoje, o Fenix até que demorou pouco para pegar no tranco. Aquela voltinha circular, no velho estilo do Relógio Musical do antigo "Qual é a música?" é extremamente irritante às vezes. Já me fez até "começar corrida" depois do pórtico.

Casou com ela?
Em um segundo aspecto, o da praticidade de uso, entretanto, o relógio dá um baile. Ambos iniciam cronometragem e monitoramento de distância a um toque de botão, mas o do primeiro está logo à mão (ou ao pulso), enquanto o celular precisa sair primeiro de seu receptáculo. Para não ter de usar novamente a armband em meu scharzeneggenérico braço, tentei deixar no bolso do shorts. Chacoalha muito, dá uma sensação de insegurança ao correr. Acabaria levando na mão mesmo.

Aperte & corra
Num percurso bem manjado e de baixo grau de dificuldade, afinal, era noite de treino regenerativo, iniciei o trote surpreso com o primeiro boletim sonoro do RunKeeper. Batendo exatamente com a distância mostrada na tela do Fenix. Concorrentes dele, como o Motorola MotoACTV, que cheguei a usar em testes durante pouco mais de um mês, também contam com o recurso de avisar por voz a cada intervalo (de quilômetro em quilômetro, por exemplo) sobre o tempo, a distância já percorrida e o pace médio. Não é algo que, particularmente, me faça falta. Mas não deixa de ser uma funcionalidade interessante para quem gosta (há quem precise sempre de um "treinador", mesmo que seja virtual). Eu prefiro música.

Quer procê?
Continuei achando, como na primeira vez, que a variação do ritmo instantâneo mencionada pela moça do aplicativo foi exagerada, sem que as minhas passadas pelas avenidas do Jardim Satélite e Bosque dos Eucaliptos correspondessem a ela. Como legítima representante do gênero, ela não se decidia. Ora dizia que eu estava a 7 km/h, ora afirmava que passava dos doze. Nem caminhei e nem rodei em ritmo de prova. Mas a medida de ambos, relógio e celular, continuaria bem próxima em quase todos os quilômetros completados, variando no limite da precisão das casas decimais. Algo realmente inesperado. E positivo.

Brincadeirinha, meninas...
No final das contas e do treino, a diferença aumentaria um bocadinho (60 metros), mas ficaria dentro de padrões absolutamente aceitáveis, menos de 1%. A segunda impressão a respeito do aplicativo, portanto, foi bem melhor que a primeira. Frescurinhas legais, como postar diretamente no Facebook ou Twitter a partir do próprio aparelho, sem ter de transferir os dados da atividade para o PC primeiro são interessantes. Muito embora eu tenha perdido este costume, deixando a "surpresa" aqui para os leitores do blog.




A diferença nos tempos se deveu ao start primeiro no celular e à uma breve parada na Área Verde para um gole d'água antes do sprint final. O aplicativo, como também o relógio, tem nas suas configurações uma opção de pausa automática quando o usuário interrompe a corrida. Mas a perda momentânea de sinal do GPS, na passagem sob áreas cobertas, como viadutos, túneis ou mesmo marquises pode comprometer a cronometragem neste caso. Prefiro, tradicionalmente, deixar no pause manual mesmo. No relógio, é mais fácil fazê-lo. No aparelho, até tirar, apertar, apertar de novo e guardar, perde-se muito tempo.

Não complica...
Treininho curtinho, gostoso, confortável... Ouvindo uma lista só com "top songs", passou num instante. Até o coração curtiu, bateu devagarinho, quase não passou dos 130 bpm. Cheguei, com estes sete, à significativa marca de 1500 km rodados em 2013. Tem horas que dá vontade de mandar maratonas e recordes pessoais às favas e fazer só meia dúzia destes trotezinhos por semana... Um dia ainda tenho essa epifania.

Ouça o seu
Link no Garmin Connect:
http://connect.garmin.com/activity/358003042


8 comentários:

  1. Nos meus achismos, tenho pra mim que o GPS do RunKeeper pode se perder tão facilmente quanto para se achar no começo.

    Gostei de perceber que sem grandes perdas de sinais o RunKeeper não apresentou grandes distorções no resultado e distância final.

    Sobre a os dados via voz, acho todos de velocidade e pace errados. Deixo só o da distância. Ela demora muito para falar tudo, além de falar errado. Enche o saco haha.

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    1. Também achei, Enio. Mas neste segundo teste, sem viadutos e outras áreas cobertas, ele se comportou nitidamente melhor.

      Vou fazer um teste agora com o Sports Tracker e ver se a voz é mais precisa.

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  2. Olá Fabio,

    O uso de celulares para aferir percursos está ligada diretamente ao nível do corredor. Não adianta, para pessoas que querem correr abaixo de 5:30min/km ele já atrapalha. Tentei correr usando um armband certa vez e serviu para cortar meu braço isso sim. Informações cantadas na orelha como velocidade, pace, distância também servem apenas para informar ao cérebro que você está fazendo muito esforço, fazendo com que seu ritmo diminua.

    O que normalmente faço é exportar os percursos do Training Center do Garmin e importar no Runkeeper. Assim, além dele fazer uns gráficos bonitinhos, também compartilho os trechos com quem preciso.

    Depois que a pessoa aprende a correr usando um relógio, é muito difícil querer usar algo mais!


    Abraços

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    1. Ponto de vista interessante, Guilherme. Também não usaria um celular na braçadeira ou no bolso se estivesse visando um resultado.

      Não corri um número significativo de vezes com as informações cantadas no ouvido para afirmar se me influencia ou não, mas evito o uso de faixa peitoral de monitoramento cardíaco pelo mesmo motivo. Evitar o "doping negativo".

      Não reparei na funcionalidade de importação de dados do RunKeeper. Faço isso no Nike +, que me permite participar da comunidade mesmo sem ter um dispositivo da marca, lendo os dados do Garmin Connect:
      http://www.awsmithson.com/tcx2nikeplus/

      Abraço e bons treinos!





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  3. mt legal a comparação, Fábio. Outra desvantagem em potencial é a chuva, celular não combina com ela.

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    1. Bem lembrado, Bernardo. Agora não é época, mas logo chega. E realmente não é uma boa pedida. Abraço e obrigado pela visita e mensagem.

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  4. Olá, Fábio! Eu utilizo esses programinhas por uma questão de praticidade e custo x benefício, já que sou obrigada a usar o celular nos treinos... Crianças na escola, então já viu... Sempre alerta, né... E tb pq os relógios tem os preços meio salgadinhos... Já utilizei o Cardiotrainer (quebra o galho, mas perde o sinal do GPS fácil), o Endomondo (perde sinal fácil tb e, ao pausar, não volta à atividade... Depois de um longo tempo é que vc percebe que o bendito não reiniciou... Dá muita raiva! :P), o Runstatic (achei muito limitado, sem muitas opções de configuração) e o Runkeeper. Este último foi o que mais gostei. Dificilmente perde o sinal do GPS, a configuração dele é bem flexível, tem a opção de mudar p/ a língua portuguesa do Brasil ( qdo. tem a de Portugal, prefiro até deixar em inglês que entendo melhor.... kkk...) e podemos até baixar planilhas de treinos. Os módulos básicos são gratuitos, já os treinos mais avançados são pagos. A única falha é esse pace doido, que realmente até atrapalha, mas colocando as vantagens e desvantagens na balança, é um boa opção. Atualmente, estou fiel a ele! Abraços! Cintia Narazzaki

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    1. Legal, Cintia. A minha análise é mais crítica por ser usuário regular de Garmins & afins, mas realmente concordo que os apps são um belo quebra-galho. Testá-los e escrever sobre eles tem sido bacana. Dos dois usados até agora, também gostei mais do RunKeeper, embora tenha me surpreendido com o pós-treino no Runtastic e queira experimentá-lo de novo, principalmente depois de instalar também o Google Earth.

      Abraços e obrigado pela visita e mensagem.

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