terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Treino 6 - O (útil) brinquedinho do hamster

Que ela, a esteira, é o patinho feio do mundo das corridas e dos(as) corredores(as), até eu concordo. É muito raro achar quem a aprecie. Pedestrianista (ê, nomezinho esquisito!) gosta mesmo é de rua, de parque, de pista, de trilha, de beira-mar, de natureza. A simples ideia de passar infindáveis minutos, quiçá horas, correndo sem sair do lugar, é entediante por si só. Por mais fiu-fius que o escrete de sua academia faça por merecer...

Bem que poderia ser assim de uma vez
Mas uma coisa não dá para negar: ela é útil à beça. Salva a pátria em dias chuvosos, como esses últimos no sul/sudeste (se bem que eu tenho simplesmente adoração por correr debaixo de chuva!). É mais precisa até que o mais experiente dos corredores no que diz respeito a manter uma velocidade constante. Ajuda muito nos fartleks e intervalados, principalmente se for programável. Se mais sofisticada, permite compensar a suposta maior facilidade, pela mudança na biomecânica da passada e menor resistência do ar, com a possibilidade de inclinação regulável (quaisquer 2% já servem). E tem até na sua pior desvantagem, a monotonia, uma vantagem para quem está se preparando para uma prova mais que física, psicologicamente desgastante.

É nessa que eu vou
Será nela, portanto, uma parte dos treinos preparatórios para a ultra de 24 horas. Treinos muito importantes, diga-se de passagem. Mesmo se forem em dias bonitos, quando a rua estiver me convidando para brincar lá fora. E foi nela também, e não só pela garoa fina que caía nesse final de tarde de segunda-feira, que eu resolvi começar a terceira semana de treinos.

A planilha pedia novamente um regenerativo de quarenta minutos, depois do "longuinho" da manhã de domingo. E eu aproveitei a combinação de temperatura agradável (dispensei até a garrafinha d'água no suporte), bom estado geral (tenho gostado de ver a minha rápida recuperação, mesmo após os treinos longos; pelo menos enquanto eles não estão tão longos assim) e batimentos cardíacos menos intensos (o que acontece naturalmente nos treinos em esteira), para manter o tempo previsto, mas fazendo um treino um pouco menos maçante, com progressão de velocidade a cada intervalo de cinco ou seis minutos. Acabou sendo a melhor cadência do ano, até agora. Deu para suar um bocadinho...

Sinta-se sempre um vencedor ao fim de cada treino... Até mesmo nela!
Não tendo disponível o footpod (sensor colocado no tênis para medir distâncias em ambientes indoor sem sinal de GPS) para uso com o Garmin Fenix, considerei a distância mostrada no painel da esteira. Foram 7,644 km percorridos em 40'09'' durante o treino. Uma boa média de ritmo de 5'15'' min/km e 658 calorias despendidas. O coração velho de guerra não passou dos 148 bpm.

A partir do primeiro microciclo específico da planilha no final de janeiro, no entanto, é que a brincadeira vai ficar boa. Começarei correndo 1h30min na esteira. Até aí, nada demais, já fiz isso várias outras vezes, em treinos para meias e maratonas. Mas, com o acréscimo de meia hora a cada ciclo de quatro semanas, a ideia é chegar às 3h30min (!) na última semana de maio. Vai sair fumacinha... Resta saber se da esteira ou do corredor! Vai me ajudar bastante.

6 comentários:

  1. você tem umas tiradas incríveis!!! :)
    "Vai sair fumacinha... Resta saber se da esteira ou do corredor!" ficou muito divertido:)

    eu comecei a correr na rua, então costumo implicar com a esteira, mas reconheço que é uma grande aliada! já me ajudou muuuuito! e esse tipo de treino, alternando a velocidade, acaba dando uma animada;)

    gostei de ver seus batimentos!
    muito bons!
    imagine quando tiver com altas rodagens!!!

    um abraço!

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    1. Falar de treino já não é muito fácil, né? Por mais que os leitores gostem de corrida (e gostam, que eu sei!), tende a ser repetitivo. De treino em esteira, então, nem se fala. É praticamente um caminhão de tijolos, tudo igualzinho, igualzinho, hehehehe...

      O jeito, então, é tentar dar uma de Elis e resgatar a magia que há no simples gesto de correr. Claro que não vou conseguir chegar nem perto, mas vou tentar não só transmitir, como também, principalmente, SER alegre ao correr. Escrever com leveza, com o coração. Sem deixar de ser informativo, compartilhar o conhecimento que já tenho ou que obtiver. Mas lembrar sempre que o principal objetivo disso tudo e me divertir. E levar comigo quem aparece por aqui por esse mesmo caminho. Se eu fizer 10% do que eu vejo lá no http://elismc.blogspot.com.br, já ficarei muito contente!

      Esse batimento é o máximo, viu? O médio, que o Garmin Fenix não registrou (estranho, o 610 mede), deve ter ficado na casa dos 130, 135, por aí. Acho que tô no caminho certo, né?

      Abraços!

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  2. Muito bom o texto! Eu também treino bastante em esteira. E gosto!

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    1. Que bom! Estamos aos poucos achando as exceções. Não chego a gostar de correr na esteira, mas acho, de qualquer maneira, que antes ela que ficar sem treinar.

      Abraços e obrigado pela visita e mensagem!


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  3. Ótima abordagem!
    Mas veja bem, no geral eu deixo para fazer poucos treinos na esteira, poucos mesmo, na verdade raríssimos. Acho válido para fazer treinos específicos como: aqueles que você tem que manter uma velocidade constante e os regenerativos. Pois nada melhor do que treinar no ambiente onde costuma-se correr ou pretende fazer a prova. Só a rua vai te dar a experiência da rua, onde você encontra muitos desafios como: vento, umidade, temperatura, afinal tudo que o mundo externo te oferece! E outra, na esteira sua forma de correr muda, pois há deslocamento do solo e não é isso que contece na rua. Por essas e outras razões que os tempos de paces ou totais feitos em esteiras vão ser sempre irreais!
    Mas como já disse é válido em algumas situações!

    Abraços,
    brunozuccolotto.blogspot.com.br

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    1. Obrigado pela mensagem, Bruno. Farei poucos treinos na esteira, a bem da verdade. Concordo com a sua opinião. E esses poucos terão a finalidade de servir muito mais como preparo psicológico do que propriamente físico. Ficar três horas e meia na esteira deve ser desgastante à beça. Um bom teste para quem pretende ficar bem mais que isso na pista. E nela, a pista, é que vou verdadeiramente me preparar para o grande desafio.

      Abraços!

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