segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Treino 1 - O (re)começo

A planilha que montei para a ultra de 24 horas consiste de diversos microciclos com quatro semanas cada. O primeiro deles, que se iniciou em 31 de dezembro, dia da Corrida da Virada Joseense, e vai até 27 de janeiro, é a chamada base. A primeira semana foi praticamente só de descanso. A partir da segunda, a ideia é fazer rodagens livres e de distância progressiva, mas sem qualquer preocupação com ritmo. Só mesmo para reacostumar a carcaça com o hábito de correr, depois da diminuição na carga de treinamento nas últimas semanas do ano e das "microférias". Dependendo do feeling ao final desse primeiro período, vou avaliar se estendo a base por mais um ciclo ou se já inicio os treinamentos específicos a partir de 28 de janeiro.

Corrida é um esporte individual (ultramaratona, creio que ainda mais) e assim deve ser a imensa maioria dos meus treinos daqui até o final de junho. Mas eu fiz questão absoluta de que essa primeira etapa da preparação fosse também uma celebração. Porque individual não quer dizer necessariamente solitário. Não pelo menos para quem faz parte da sempre animada e disposta trupe dos malucos do asfalto.

Quando meu amigo e companheiro de equipe Aldo me convidou a acompanhá-lo em mais um dos "longuinhos" de preparação para o seu desafio pessoal (ele estreia nos 42 km esse ano), imaginei a princípio que teríamos neste domingo, 6 de janeiro, mais um treino em dupla. Como havia sido o da chuvosa antevéspera de Natal, quando rodamos 20 km pela região leste da cidade. Mas, encerrado o período de festas, bem mais gente se interessou em fazer parte da brincadeira. Muitos foram se manifestando através da página da Equipe 100 Juízo no Facebook e o que era para ser só mais um treino, acabou virando quase um evento social. Melhor assim. Foi bonito de ver.

Um montão de "malucos" fazendo companhia no primeiro treino do ano
O planejamento original, segundo a planilha, era fazer uma rodagem de uma hora e meia; ou algo em torno de 15 km, em ritmo confortável para meus padrões. Mas acabamos bolando um percurso maior, começando no estacionamento do Parque da Cidade Roberto Burle Marx, localizado no bairro de Santana, zona norte de São José dos Campos. E seguindo pelas avenidas da região e rodovia SP-50 até o bairro rural do Costinha. O trajeto completo, em ida e volta, tinha aproximadamente 22,5 km. Ideal talvez para quem já está em um estágio um pouco mais avançado da preparação. Mas também com opções para quem pretendia rodar menos, bastando escolher um ponto de retorno anterior ao destino final.

O caminho completo
Apesar de conhecer bem a estrada, de frequentes viagens a trabalho até o município vizinho de Monteiro Lobato, nunca havia corrido nela. Não além da entrada da Vila Paiva, bairro ainda em seu começo, a pouco mais de 4 km do ponto de partida do treino. O resto, dali em diante, seria novidade. Alertei os amigos quanto à falta de calçada ou mesmo de acostamento na maior parte dos trechos, estimei cuidados e proteção a todos nós; e iniciamos, pouco depois das oito da manhã, o percurso pela Avenida Olivo Gomes, em frente à portaria do parque.

O começo do caminho
Iniciei puxando a fila, mas a liderança duraria bem pouco, só até o primeiro quilômetro. Já na descida da Avenida Princesa Isabel, os verdadeiros cavalos brabos já estavam em seu lugar de direito. Cada um no seu quadrado. Foi até bom deixar a ponta. Começara em ritmo mais forte do que deveria, chegando a fazer parcial de quilômetro na casa dos 5'10''. Não, não era corrida... Era só treino!

Logo encontraria a velocidade de cruzeiro, um pouco de caso pensado, outro pelo fim da molezinha. Por volta do km 5 havia uma rampa das boas, ao lado do condomínio na entrada do Jardim Boa Vista. Só a primeira, de muitas que viriam. Tranquila até, provavelmente por ser ainda no comecinho.

Olhando assim, não parece nada, mas vai subir...
O que parecia fácil foi ficando menos, com altimetria e temperatura em franca elevação. O dia amanhecera meio nublado, mas bastante abafado. À medida que os trinta graus foram se aproximando, meu ritmo foi despencando para a casa dos seis e poucos minutos por quilômetro. Fui perdendo mais e mais posições na "classificação". Com nove quilômetros, muito calor e na milionésima ladeira, tive de apelar para uma breve caminhada. Tornaria a trotar logo em seguida, mas já tinha vontade de bater e voltar dali mesmo.

Dificuldade sim, diversão também
Insisti, porém, e acabei chegando, ao lado dos amigos Luis Carlos e Fábio Leite até a ponte sobre o Rio Buquira, na entrada do bairro Costinha, ponto final da primeira metade do treinão. Havia um camarada lavando um caminhão em uma casa ao lado da rodovia; e creio que quase todos os participantes aproveitaram para fazer um breve pit stop ali. O cara até nos perguntou se era algum tipo de competição. Aproveitei para recarregar o meu squeeze, boa parte da água já tinha ido até ali. Os companheiros pegaram imediatamente o caminho de volta. Eu aproveitei a pausa para um refresco.

A ponte que não partiu
Com o rendimento comprometido e sentindo muita falta de ritmo, decidi não fazer do caminho de volta um sacrifício tolo e desnecessário. Ao invés de me arrastar até o final e já começar mal a preparação, trotei mais uns quatro quilômetros para completar a hora e meia originalmente prevista, chegando a pouco mais de quinze quilômetros rodados. Dentro do esperado, portanto. Complicado foi esperar o ônibus, que costuma demorar (e demorou) uma barbaridade para passar ali. Desembarquei na avenida paralela e fui andando até o ponto de partida e chegada. Houve quem achasse engraçado ou sequer acreditasse que eu voltara usando o transporte coletivo. Sem problema. Não é agora que eu tenho de estar preparado. É só daqui a alguns meses. Corri o que achei que deveria correr.

Custou (R$ 2,30), mas cheguei.
Meus companheiros de equipe levam muito a sério esse papo de alimentação pós-treino ou pós-corrida. Havia uma "mesa" mais que farta à nossa disposição (muito obrigado a todos que colaboraram para isso!), com café, bolos diversos, torta salgada, sanduíches... Quase nem comi, de tanta sede que tinha. Em compensação, mandei ver na água, isotônico e sucos.

Foi, enfim, só a primeira página dessa nova e bonita história. Não foi fácil, e nunca é mesmo. Mas estou muito confiante de que vai dar certo. E disposto a fazer tudo o que estiver ao meu alcance para isso.

Resumo do treino:



Link no Garmin Connect:
http://connect.garmin.com/activity/258700242

Mais fotos:
https://www.facebook.com/media/set/?set=a.10151322344010762.496064.643215761&type=3
https://www.facebook.com/media/set/?set=a.3609935667246.117005.1839362733&type=1 (Família Andrade)
https://www.facebook.com/media/set/?set=a.561043167258194.142864.304752582887255&type=1 (Running Team GNP)

6 comentários:

  1. Fábio começou bem, muito bom o treino para as Ultras, na maioria das vezes o seu treino será solitário que nem o meu, nem todos correm ultras, nao sei se vc gosta de correr ouvindo músicas, mas eu corro assim ainda mais nos treinos solitários com várias horas correndo ajuda muito e recomendo.

    Boa semana ultra,

    Jorge Cerqueira
    www.jmaratona.com

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    1. Valeu, meu amigo Jorge! Só tenho costume de correr ouvindo música na esteira, na rua acho meio perigoso. Mas devo fazer dela minha aliada em treinos mais repetitivos, como os que farei na pista.

      Abração, boa semana e bons treinos!

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  2. Meu amigo desejo a você muito sucesso nesta nova empreitada. Abraços. Michel

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    1. Valeu, grande Michel! Conto com o seu apoio e companhia nos treinos. Abraço e muito obrigado pela força.

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  3. Manda ver lá nas 24 horas "ceretianas", Fábio.
    Boa sorte na sua preparação.
    Ass.: Guilherme.

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    1. Farei toda uma preparação "joãodopuloniana" para isso, amigo Guilherme.

      Obrigado pela visita, mensagem e apoio de sempre.

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