domingo, 30 de junho de 2013

Treino PL34 - Barbas de molho

Todo mundo tem direito a um dia ruim de vez em quando... Só não precisava ser justamente o do último treino "de verdade" antes de uma prova importante, como será a de domingo, 7 de julho próximo, minha décima maratona, quinta no Rio de Janeiro. Via de regra, costumo chamar este microlonguinho de TREINO DA CONFIANÇA. Pois é... Terminei desconfiado!

Mas.. Mas...
Engraçado é que não parecia que ia ser assim... Tudo estava aparentemente sob controle. Os treinos anteriores haviam sido tranquilos, bem curto (o de segunda-feira) ou até um pouco mais longo, mas em ritmo suave (o da quarta). Tudo indicava que o de sexta também seria... Vai saber porque acabou não sendo!

O caminho escolhido
Incumbido de montar o roteiro, saindo do meu próprio bairro, optei por um local de concentração diferente. Nem em frente ao meu prédio, ponto de partida mais comum; e nem no Poliesportivo João do Pulo, alternativa também já utilizada. Mas deu rolo... Nem todo mundo conhecia a Praça Mario Cesare Porto e o trio Toninho, Tonico e Marcio apanharam um pouco para encontrar. Deram sorte de passar bem em frente de onde já estávamos eu, Edson e Rafael.

A imagem na rede social não foi o bastante para identificar o lugar para a galera
Reunido o sexteto, não esperamos mais. Pegamos logo o caminho, que era longo. Demos primeiro um giro pelas avenidas principais do bairro, a Cassiopéia paralela à área de lazer da "largada", a Andrômeda e a Iguape. A ideia era contornar o bairro e deixá-lo pela sua saída provisória para o restante da região sul, usado enquanto não fica pronta a nova ponte da Avenida Guadalupe. Motores 1.0 choraram na subida... Inclusive o meu!

Provisório & inclinado
Os seis já haviam se tornado cinco, com a partida do Rafa, mais uma vez correndo menos e mais ligeiro. E a dupla da frente, Edson e Marcio, acabariam puxando o Tonico, deixando o fim da fila para mim e para o veterano Toninho Corredor. Da Estrada Velha Rio-SP em diante, estávamos em dupla e por conta própria, vendo o trio à frente só abrindo distância. Até chegamos a emparelhar de novo na entrada do bairro Vale do Sol, mas as avenidas Feira de Santana, Itabaiana e George Eastman, na verdade um retão só até o Viaduto da Johnson, só serviriam para separar ainda mais o grupo. Uma parte querendo correr (meio) forte, outra nem aí para isso.

Esse aí. Só que por cima dele
Atravessamos a via elevada por sobre a rodovia para corrermos com mais segurança pelo lado esquerdo, o único com passeio. Depois faríamos o contrário, cruzando a avenida de nome comprido (Doutor João Batista Soares de Queiroz Júnior), mas que todo mundo por aqui apelida de "ferradura", por seu formato peculiar. Percorreríamos quase toda a sua extensão pelo lado direito, mais interno, economizando alguns metros e encurtando um pouquinho a distância originalmente prevista.

Será que dá sorte?
Já não enxergávamos mais a turma da frente. E corríamos em ritmo bem confortável, colocando a conversa em dia (Toninho sempre tem assunto!). Demos uma esticada pela marginal da Dutra e a deixamos no acesso à avenida do novo fórum. Este trecho, plano ou em descida, seria minha última parte tranquila da noite. Com quatorze quilômetros feitos, seis ainda por fazer e uma p... subida para encarar na última rua do Jardim Aquarius, a Armando D'Oliveira Cobra, o motor começou a bater pino.

Olhando assim, a Cobra parece inofensiva. Mas não se engane! É peçonhenta...
Recobrei um pouco do fôlego na descida da Cassiano Ricardo (ou ali já é São João?). E voltei a acompanhar o amigo no retão da Jorge Zarur até nova passagem pela Rio - SP, desta vez por debaixo da ponte do Vidoca. Faltava pouquinho, mas eu já estava totalmente sem gás... Rodando a estranhos 6'30''/km, mesmo em um trecho plano. Não conseguia entender se era má alimentação (já melhorei bastante, mas ainda sou o rei da porcaria!), cansaço acumulado, grau de dificuldade do trajeto ou o fato de não levar água (e nem parar para beber, coisa que costumo fazer quando corro sozinho).

Suspeita de pane seca
A partir daí, foi um verdadeiro desastre... Toninho até voltou para "socorrer", oferecendo gentilmente o conteúdo da sua garrafinha. Mas a rampinha leve defronte ao hipermercado pareceu quase uma cordilheira. Voltaria a trotar na Andrômeda e na Perseu, mas as parciais por quilômetro, intercalando algumas caminhadas, seriam risíveis. A percepção de esforço era de estar correndo uma maratona... No mínimo! Peguei a rua errada, uma depois da combinada para voltar à Cassiopéia (e, pior, com nova subida) e cheguei de volta à praça esfalfado e resfolegante. Tive até que sentar num aparelho da academia da terceira idade para dar uma ressuscitada...

Ops...
Pretendia voltar caminhando, mas preferi aceitar mais uma carona do Toninho, essa literal. Até mesmo os meros setecentos metros dali até minha casa pareceram esforço àquela altura. Foi, enfim, uma noite para ser esquecida, em que simplesmente não consegui render. Mas não há de ser nada. Tenho experiência e autoconhecimento suficientes para saber que isso não quer dizer uma prova ruim. Assim como um treino longo final perfeito também não significaria necessariamente uma maratona tal qual. Cada dia é um dia. Outros melhores virão. E, aliás, já começaram até a vir, no momento em que escrevo este relato, quase quarenta e oito horas após o final do treino que descrevo nele.

Esperar não. Fazer acontecer
Que venha a última semana de preparação. Que venha a maratona. Sim, estou preparado para ela... Ou quase!

Link no Garmin Connect:
http://connect.garmin.com/activity/334563717

Resumo do treino:



6 comentários:

  1. Tranquilo parceiro, você melhor do que todos sabe que isso acontece.
    Treinos ruins e que não rendem nada fazem parte.
    Faça uma excelente prova no domingo.
    Vá com fé, com calma e use toda sua experiência.

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    1. Opa! Sei mesmo... Dias bons e ruins vêm se alternando há muito tempo. É focar e acreditar que o outro domingo será do primeiro tipo.

      Abração!

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  2. Coincidências a parte, meu caro Fabio, ontem fiz meu último longão de 32 k e quebrei nos 30, quase deu caimbras... Queria fazer em 3 horas, pois estou em busca de um sub-4 na maratona de SP em outubro, mas finalizei os 32 k em 3h:20m (6:17 m/km)... daqui 20 dias vou pra segunda etapa das 50 milhas... eu fiz uns 5 ou 6 longões deste nos últimos 3 meses, acredito que está na hora de ir diminuindo a carga... como você falou, acredito que no meu caso foi cansaço acumulado. To aqui na torcida por você, amigão... boa 10a. marvada e até breve!!! Abração.

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    1. Grande Anderson! Estamos no mesmo barco então, minha meta também é um sub-4, só que lá em Lisboa...

      Que tenhamos bons treinos daqui até lá e que você possa fazer uma grande prova de 50 milhas.

      Grande abraço!

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  3. 20K 1 semana antes? Eu não faria.

    De todo modo, boa prova!

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    1. Pra mim não tem receita de bolo, Adolfo... Já rodei mais uma semana antes (ou nove dias, como neste caso específico) e fui bem, como também já não rodei e fui mal. Não acho fator preponderante. Venho baixando tanto volume quanto intensidade gradativamente nas últimas semanas, isso sim costuma fazer diferença para mim.

      Abraço e obrigado pela visita e mensagem.

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