terça-feira, 9 de agosto de 2016

Circuito Oscar Running Adidas 2016 – Etapa Mogi



Geral: 379ª corrida 2016: 15ª corrida
Data: 07/08/2016 – 8h04min (domingo)
Local: Ginásio Professor Hugo Ramos – Mogi das Cruzes/SP
Distância: 9,87 km (83ª)
Tempo: 53:49 (líquido, 54:02 na classificação oficial) e 54:28 (bruto)
Velocidade: 11,004 km/h (3,06 m/s) Ritmo: 5:27 (8,84%)
Pontos (Tabela Húngara): 134
Temperatura: sol entre nuvens, 23ºC
Valor da Inscrição: R$ 80 a R$ 90
Número de peito: 1501
Tênis: Everlast Fast vermelho/preto (11)

Colocações:
Geral: 507º (de 1028) 49,32%
Masculino: 444º (de 721) 61,58%
Categoria 45-49 anos: 54º (de 102) 52,94%

Resultado na Web:

Medalha:


Camiseta:


Foto:



































Relato:
Tá tendo olimpíada no Brasil! E a gente, que não se qualificaria para os jogos nem se futebol de botão, bolinha de gude e bafo (o das figurinhas) fossem modalidades olímpicas, precisa dar um jeito de se manter em atividade fazendo o que sabe... Ou não sabe, mas insiste em fazer assim mesmo, e isso há mais de uma década.

Em meio à total escassez de boas notícias nos âmbitos pessoal e profissional, ao menos elas vêm resistindo no esportivo. Muita coisa boa no calendário. Por exemplo, a realização de mais uma edição deste belíssimo circuito, que nos brinda com cinco etapas em diferentes cidades da macro-região. Cinco corridas com padrão de excelência, reconhecidas até mesmo pelos mais exigentes participantes de eventos esportivos do gênero.

E, pelo terceiro ano consecutivo, a oportunidade de voltar a uma cidade muito importante em minha vida, inclusive a de corredor. Onde (modestamente) já fiz história na década passada, conquistando bons resultados nos 5, 10 e, sobretudo, nos 15 km, recorde pessoal na distância e uma das provas com melhor desempenho desse velho pangaré que não corre nada... Mas que um dia até já correu!

Era a primeira vez, porém, que a etapa mogiana abria o circuito. Nos outros anos, ela havia sido realizada nos meses de outubro ou novembro, depois de outras etapas no Vale do Paraíba. Ter a chance de correr por lá, com tradição de percursos planos e rápidos, em um mês teoricamente ainda com clima frio, prometia, e bastante. Tinha (quase) tudo para resgatar não os bons e velhos tempos, mas algo que fizesse recordar um pouco deles sem tanto saudosismo.

Mas faltaria fazer a lição de casa. Sigo meio desmotivado para treinar, talvez pela falta de objetivos claros. Rodando até mais ou menos em termos de volume, mas muito, cada vez mais lentamente. Meio desleixado na alimentação, mais até que de costume. E pegando pesado num único lugar: a academia. Longe de ser marombeiro como alguns colegas, mas puxando ferro como uma espécie de terapia, e até relativamente satisfeito com os resultados. Sou um tiozinho forçudo.

Mais um desses treinos fortes, inclusive para a parte inferior, aconteceu na noite de quinta-feira. E deixaria algumas sequelas para o fim de semana, sob a forma de leves, mas incômodas dores musculares nos adutores, abdutores e posteriores das coxas. Nada que me impedisse de correr, ou simplesmente não correria. Mas que deixaria um pouco mais penosa a missão de completar os dez quilômetros do percurso. Cheguei a pensar em pedir para mudar para a metade disso. Como faço sempre que eles são feitos em duas voltas iguais com cinco cada.

Mas não pediria. Se essa era a missão, que fosse cumprida da melhor maneira possível. Descansei bem no sábado e madruguei para enfrentar a estrada com os amigos, na manhã de domingo. Chegamos bem cedo, com a tarefa de montarmos a nova tenda da Equipe 100 Juízo, personalizada e patrocinada pela Digiana Joias. Que fora apresentada, em treino de gala, na semana anterior, mas estreava oficialmente agora, recebendo aos integrantes do grupo e também a diversos camaradas de outras agremiações. As portas estão sempre abertas. Aliás, nem existem portas... É só chegar e celebrar com a gente!

Depois de chamarmos a atenção (e como!) precisando transportar a “cabana” já depois de montada até o local correto (o staff nos orientara de forma errada, primeiro dizendo que poderíamos, depois que não poderíamos mais fixá-la bem ao lado do ginásio), fomos providenciar a retirada dos kits. E, apesar de uma fila de pequeno porte, até por conta dessa possibilidade de fazê-lo no próprio dia e não apenas de forma antecipada, foi processo rápido e indolor.

Aparte para destacar mais uma vez para a qualidade desse kit. Os modelitos das camisetas das cinco etapas já haviam sido previamente divulgados na página oficial do Circuito. Mas, pessoalmente, tanto a masculina, num chamativo tom de amarelo ouro, quanto a feminina, em azul escuro, eram ainda mais bonitas. Além, claro, de serem mesmo da marca que patrocina o evento. Existem corridas muito mais caras, às vezes até com o dobro do preço da inscrição, e que não têm pudor algum de entregarem uma camiseta genérica, de qualidade duvidosa, apenas com a logomarca do fabricante de material esportivo... E ai de quem falar mal!

Aproveitamos o tempo de sobra e a mesa farta (obrigado a todos que colaboraram!) para o desjejum, as fotos (estou sem celular e sem câmera, logo, sem álbum próprio) e a resenha de sempre. E fomos, calmamente, alinhar na hora marcada. A largada seria praticamente pontual e sem transtornos, mesmo com a grande quantidade de participantes, um crescimento expressivo em relação às outras edições. A Avenida Cívica, que não existia nos primórdios das minhas corridas em Mogi, bastante larga e extensa, era mesmo um achado. Logo no comecinho da reta já era possível achar espaço para desenvolver o ritmo desejado.

Falando em ritmo, não tem sido nada fácil aceitar que ele não é mais nem sombra do que já foi... Para quem costumava começar, num passado não tão distante assim, correndo (bem) abaixo dos cinco minutos por quilômetro; cujo desafio era tentar manter isso por toda a prova, ou não deixar cair muito, rodar com certa dificuldade na casa dos 5’20’’, não há mesmo de ser animador. Entender a passagem do tempo e suas inexoráveis consequências é algo complicado para quem corre. Pensei nisso quando passei pela placa um, dois segundos acima disso, segundo meu relógio com pulseira quase arrebentando.

Se o trajeto começara exatamente igual ao de 2015, inclusive com o apêndice à esquerda, para não interditar o tráfego em mais uma via, haveria uma discreta modificação, com um trechinho a mais em vaivém pela avenida paralela à da largada, no km 2. E eu aproveitaria que era tudo plano e tranquilo para uma também pouco notória melhoria em relação ao início. Fechei em 5’15’’. Talvez o incômodo muscular não incomodasse tanto assim.

Precisei dar uma paradinha para amarrar o cadarço, mas pausei o cronômetro enquanto isso. Coisa minha, tempo efetivamente corrido. Sei que não é o oficial, não precisa vir me dizer. A diferença, na prática, seria de treze segundos. Esse resultado é o que vale.

Veio o primeiro posto de hidratação (como sempre, de água, geladinha e distribuída em abundância, não dava para reclamar). Veio a dispersão entre os corredores dos 5 e dos 10 km, dando mais espaço a todos. Veio a primeira e única rampa do percurso, a do viaduto, curtinha, de quem eu até me lembrava, mas não costumava considerar uma subida, daquelas com “S” maiúsculo. Só o que não veio foi mais evolução na passada. Ao contrário, retrocedi para o pace do km 1 no 3.  Os mesmíssimos 5’22’’, que desceram meio quadrado. E o pior ainda estava por vir.

Do nada, bateu um certo desânimo. Não era cansaço, não era passar mal, não era nada físico ou orgânico. Nem mesmo a dor esperada. Foi, se posso tentar explicar, uma daquelas sensações de que as coisas, no geral, não estão dando muito certo para mim. De que a vida anda batendo pesado. Deixei isso afetar a corrida. Por poucos metros, alguns segundos apenas. Logo ergui de novo a cabeça e retomei o passo. Mas, é óbvio, isso me custou caro. Fechei o km 4 faltando um décimo de segundo para os seis minutos exatos... Que estrago!

Prova maior de que não era mesmo nada além disso foi voltar a rodar exatamente no mesmo ritmo de antes. Completando o quinto quilômetro, pouco depois do balão ao final da avenida, com 5’22’’ mais uma vez. Recebidos agora com um pouco mais de resignação. Era mesmo o que tinha para o momento, para a atual realidade. O que haveria de fazer? Desistir?

De jeito nenhum... Continuei rodando, na raça, na força de vontade, no passo miudinho, mas consistente. E por pouco não fiz a melhor parcial do dia no começo do retorno, embalado pelo leve, suave, quase imperceptível declive. Achei que seria um pouquinho mais baixo, esperava coisa melhor, mas os 5’17’’ do km 6 até que ficaram de bom tamanho. Já tinham feitio de volta por cima. 

Não seria nada fácil. Oscilaria um bocado nesse caminho de regresso. Alternando parciais razoáveis, como os 5’24’’ do km 8, com outras mais altas, tipo os 5’32’’ do km 7. Diferença pequena, coisa mínima, oito segundos apenas entre uma e outra? Quem corre, sabe que não... Oito segundos que parecem uma eternidade. Que não significam nada, na prática, para quem não está competindo lá na frente ou na sua faixa etária. Mas que sim, fazem toda a diferença. Entre dar o seu melhor ou falhar nisso.

Mas eu não aceitei a derrota. E, quando vi, na reta final, meu relógio marcando ainda a casa dos 53’ altos, sorri por dentro (e um pouco por fora também!). Não eram os 50’ da edição de 2014, quando fiz meu melhor tempo da década nos 10k. Mas também não eram os horríveis 55’ que amarguei em 2015, voltando de lesão e com um shape ainda pior que o de agora. Não foi maravilhoso, mas também não foi horrível, como chegou a parecer que seria, lá pelo meio do caminho. Foi o que consegui fazer. E fiquei feliz com isso. Tenho outras três etapas para tentar melhorar. Na de Guaratinguetá, claro, vou para os 21 km.

Peguei as frutas e o isotônico, que guardei pra outro treino mais longo que virá. E botei no peito com gosto a primeira das cinco partes que irão compor mais uma mandala, com direito a suporte e tudo, para quem conquistar todas as medalhas. Não vou ser brilhante em todas, provavelmente em nenhuma, a bem da verdade. Mas vou estar presente a cada uma delas, fazendo o melhor que puder em cada dia. Começou muito bem o tão esperado Circuito. Que continue assim.

P.S.: pena apenas que a data tenha coincidido com a de outra ótima prova também, a de Sapucaí-Mirim, para a qual fui convidado e, infelizmente, não pude comparecer. Mas a Equipe 100 Juízo foi representada lá por vários dos companheiros de equipe, com direito ao “puxadinho” e até a churrasco pós-prova!

Percurso:


Altimetria:


Gostei:
da camiseta mais bonita que já ganhei em uma corrida, da medalha, do percurso, da estrutura como um todo

Não gostei:
de pagar mico com a tenda ambulante