sábado, 4 de maio de 2013

Treino PL1 - Começaria tudo outra vez


"Começaria tudo outra vez
Se preciso fosse, meu amor
A chama em meu peito
Ainda queima, saiba!
Nada foi em vão...

E então eu cantaria
A noite inteira
Como já cantei, cantarei
As coisas todas que já tive
Tenho e sei, um dia terei...


Ao som desse bolero
Vida, vamos nós
E não estamos sós
Veja meu bem
A orquestra nos espera
Por favor!
Mais uma vez, recomeçar..."            
Gonzaguinha


(Re)Começou... Depois dos cinquenta e tantos quilômetros rodados, literalmente, na pista de Praia Grande e seis dias de descanso total (fora uma enganada na noite de quinta na academia), estou de volta aos treinos. Dando início a um novo ciclo de preparação para uma prova. "P" e "L" são as iniciais de Projeto Lisboa e aparecerão, daqui em diante, à frente dos números sequenciais dos próximos treinos a serem postados e descritos aqui. Uma nova planilha de seis microciclos e vinte e três semanas, quatro de base, três de polimento e dezesseis específicas, está montada. O objetivo é chegar ao velho mundo em condições de tentar superar minha marca pessoal nos 42,195 km.


Um sonho a ser realizado
O repouso até poderia ter sido menor. Maturidade muscular e condicionamento, conquistas e consequências naturais da preparação a que me submeti desde o primeiro dia do ano (e ao longo dos últimos dez, em maior ou menor intensidade), ajudaram a agilizar a recuperação do esforço. Na quarta-feira eu já me sentia apto e disposto a correr. Mas tive também de curar um resfriado, provocado talvez pela queda na imunidade. Tive o bom senso de adiar a volta por mais dois dias. Não me custavam nada mais uns days off.


Se ele pode, por que não eu?
Via de regra, meus treinos de retorno após provas longas são leves, rápidos e, quase sempre, solitários. Mas queria fazer dessa volta também uma espécie de homenagem a alguns dos que estiveram junto comigo em boa parte dos treinos que me tornaram apto a enfrentar e vencer o ultradesafio. Nem todos puderam comparecer. Mas a presença de Toninho, Edson e Tonico, em nosso point mais habitual, o Parque Vicentina Aranha, na total escuridão devido a uma manutenção de rede elétrica, foi uma excepcional maneira de recomeçar. E de agradecer a esses valorosos companheiros, de tantas e tantas batalhas.


Tão típicos de lá quanto as galinhas d'angola
Como quase ninguém confirmou na grande rede que iria, sequer esperamos até as 19h30min, como de costume. Cogitaram que fizéssemos o manjado trajeto dali até a rotatória do Urbanova, com seis quilômetros de ida e o mesmo tanto de volta. Precavido, preferi correr menos. E sugeri uma esticada para outro ponto cardeal, norte, ao invés de oeste. Outro percurso dos mais batidos, mas ligeiramente menor, com mil metros a menos. Todos em bloco e num ritmo leve, começamos o caminho em busca do contorno do Banhado. Sensação estranha. Não fora sequer uma semana parado, mas parecia que eu nunca havia dado uma corridinha na vida...

Correr. Você está fazendo isso errado
O ritmo leve seria só no primeiro quilômetro, acima dos seis minutos. Já a partir do segundo, ignorando minha condição de café-com-leite, os amigos começaram a puxar forte. Nada exagerado demais, começando com quatro. Mas eu esperava passear. E cheguei à metade do caminho, na Via Norte, com palmo e meio de língua para fora. Mais aspecto psicológico que efetiva perda de VO2máx, claro. Mas foi muito bom ter incentivo e coelhos para não fazer do primeiro treino rumo à Lusitânia uma quase caminhada. Na ladeira monstruosa da volta na Avenida São José, chegou até a ser uma propriamente dita.

Se já andei até quando valia...
Perdi contato com a turma. Mas eles foram solidários. Voltaram para o resgate e me esperaram no topo do morro, perto da rodoviária. Os dois Antônios, com mais pressa, se vingaram das vezes em que os deixei um pouco para trás. Mas Edson, que iria correr no sábado à noite os 10 km do SESC Sorocaba (bela prova, fiz duas vezes), tirou o pé e me fez companhia até o retorno ao ponto de partida. Ficaríamos a poucos metros dos dez mil completos. Um preciosista teria corrido um pouco mais lá dentro do parque, já iluminado e cheio de caminhantes novamente. Comemoramos com legítimas cocadas baianas, trazidas pela minha sogra. Se eu não correr, tô lascado...

Eu voltei...
Foi só o primeiro treino, de muitos, quase uma centena deles, que virão daqui até o começo de outubro.  Que eles possam ser feitos com saúde e tranquilidade, livre de lesões, ao lado desses e de muitos outros bons amigos, em trajetos bem conhecidos ou em novos caminhos cidade adentro e região afora. E que possam me levar à melhor prova possível, lá do outro lado do Atlântico. A minha parte, como sempre, prometo fazer. E contar tudo.

Link no Garmin Connect:
http://connect.garmin.com/activity/307262063

Resumo do treino:





10 comentários:

  1. Grande Guerreiro!!! Grande Exemplo!!! Superar Sempre!!!

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    1. Grande Roberto, coração valente!!!

      Obrigado pelas palavras e apoio de sempre. Forte abraço!

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  2. Vai postando que vou lendo.
    Tinha um 100 Juízo hoje por aqui, corremos juntos até o 8º km, depois comi poeira.
    Mas recorde pessoal mundial.
    Abs.

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    1. Vai lendo que eu vou postando, Tadeu.

      O 100 Juízo presente era o Edson, que treinou comigo ontem e deve treinar amanhã de novo. Depois, o ultra sou eu... ;-)

      Parabéns pela prova caseira e RMP.

      Abraços!

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  3. Ótimo (Re)começo!
    E que venha o recorde com muita diversão.

    Abraço!

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    1. Valeu, Gilson! Não foi perfeito, mas foi o que deu para fazer. Cada vez valorizo isso mais.

      Abraço e siga firme nos treinos. PoA é logo ali!

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  4. Parabéns, Chefe! Estou gostando do formato do seu novo blog.

    Um dia o Marcos V. Pinguim me parabenizou por fazer minha estréia em maratona aqui na brasilândia. Digo o mesmo a Vc, pois só depois de correr umas mil maratonas aqui é que Vc decidiu correr fora. Falta de condiçõe$ é que não foram, uma vez que é um escritor famoso.

    Foi interessante ler sua matéria, pois estou escrevendo uma com o seguinte título: "Começando do Zero...Mas do Zero Mesmo!"

    Lisboa é na Itália, né! Traz um Champanhe p mim!

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    1. Valeu, Daniel! Tenho aproveitado o formato mais flexível do blog para fazer algumas experiências. Acho que tem ficado legal.

      Se até escritor famoso mesmo anda pedindo esmola nesse país, imagina quem passou longe disso... Mas eu correria algumas provas nacionais primeiro de qualquer maneira, mesmo que a grama estivesse mais verdinha.

      A sensação realmente deve ser a de começar do zero, mas para algo, a sua trajetória anterior certamente vai servir. A evolução será bem mais natural. Vá na boa.

      Eita mundo globalizado!

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