terça-feira, 16 de abril de 2013

Treino 60 - A paz

Muito já foi (e muito mais ainda vai ser) falado sobre a lamentável tragédia ocorrida ontem na chegada da Maratona de Boston. Não tenho por hábito tentar capitalizar em cima da desgraça alheia e muito pouco a acrescentar a tudo que já foi dito.


Só gostaria, pelo menos, de poder praticar meu esporte em paz, já que é tão difícil viver em um mundo sem ela.

Só quero que meu filho, hoje com oito anos, exatamente a mesma idade do menino que perdeu a vida na explosão, possa se sentir em segurança para assistir a uma corrida minha. Ou fazer as suas próprias.

Só desejo poder sair de casa para treinar ou fazer uma corrida, seja aqui ou lá fora, e deixar meus familiares tranquilos, sabendo que estou indo para uma festa do esporte e não para uma guerra.

Só peço que todos os esportistas, como eu, tenham esses mesmos direitos, tão básicos. E tão fundamentais.

Paz em Boston. Paz no mundo. Paz no esporte.


P.S.: meu 60º treino, nesta noite de segunda-feira, foi uma simples sessão de quarenta minutos na esteira, com 7 km e ritmo progressivo a cada quilômetro. Pace médio de 5'42'' e média de 128 batimentos por minuto.

8 comentários:

  1. Foi muito triste ler todas as notícias dessa tragédia. Infelizmente pra gente que vive o esporte comove mais, entristece mais. O que deveria ser um momento de festa, superação, encontrar amigos,participar de um evento em família, acontece uma tragédia dessa.
    Bjs.
    Bons treinos por ai!
    Cássia (http://cassinhags.blogspot.com.br/)

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    1. Triste demais, Cássia. Não há como não nos colocarmos na situação de quem perdeu ou teve mutilados familiares (e torcedores). Corrida é para ser festa, não guerra. Mas há de continuar sendo, apesar desse duro golpe.

      Bjs e bons treinos pra você também.

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  2. Lamentável mesmo Fábio.
    Continuemos na nossa construção infindável da paz. O que nos cabe devemos fazer com esmero.
    Abraços

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    1. Cada um de nós pode e deve fazer um pouquinho e continuar acreditando, Luiz.

      A reflexão do Rodrigo Kaveski hoje no Papo de Esteira é válida demais:
      http://www.papodeesteira.com.br/blogs/longao/5-minutos-sobre-boston

      Abraços e vamos em frente.

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  3. Muito triste mesmo...mas a determinação das pessoas que mesmo após serem jogadas no chão após a explosão e assim mesmo se levantaram e terminaram a prova fazem com que nós tenhamos a obrigação de seguir em frente, lamentando o ocorrido mas nunca desistindo.
    Após saber e assistir as cenas na TV troquei minha segunda-feira de folga por 20 km no Vicentina Aranha em homenagem à todos aqueles que sofreram com esta estupidez.

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    1. Não há como não se comover, parceiro. A determinação de seguir adiante, até diante disso, é mesmo tocante e mostra do que nós, corredores, somos feitos.

      Abraço e até o treino de quarta.

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  4. A insegurança para outras provas é que me deixa muito preocupado.Você paga um valor alto para se inscrever, para viajar, para se hospedar, leva sua família para aproveitar o passeio e no final por razões meramente imbecis ainda se aborrece ou mesmo fica marcado para sempre em função de algum ferimento grave! É preciso urgentemente reconstruir esse mundo! Estou indignado com o que aconteceu em Boston e nada parece que vai me satisfazer nem mesmo a identificação dos culpados e possível pena para eles. Parece que em razão de Boston ficou uma rachadura entre o antes e o depois. Vai demorar para cicatrizar... e a confiança voltar! Lamentável esse mundo em que vivemos, onde tirar vantagem sobre o próximo e se enriquecer as custas da pobreza do próximo parece-me uma regra!

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    1. Compreendo a sua indignação, Marildo. E ela é de muitos, expressa das mais variadas maneiras, com mais ou menos palavras, algumas mais duras, outras menos. Com o estrago feito, só podemos torcer para que os sobreviventes se recuperem da melhor maneira possível, apesar do tamanhos dos estragos físicos e psicológicos. Que os culpados sejam encontrados e punidos. E que o esporte mostre força para sair dessa e dar a volta por cima. Mostrando uma palavra que não uso muito, por achar que a banalizam. Mas que cabe bem aí: superação. Lamentemos sim. Mas que possamos acreditar e fazer cada um a sua pequena parte por um mundo melhor e de mais paz.

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